CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

segunda-feira, 24 de julho de 2017

3 833 - Coluna para Salazar, Chipenda e Angola do Norte!

O PELREC (na Berliet) pronto para sair do Quitexe, para mais uma operação,
ou escolta. Reconhece-se, todos milicianos, os alferes Carlos Sampaio (ofi-
cial de dia) e António Garcia (comandante do PELREC) e furriel Viegas 
O comandante Almeida e Brito, ladeado pelo capitão
José Manuel Cruz (à esquerda) e alferes João Ma-
chado, ambos milicianos da 2ª. CCAV. 8423


As tensas relações entre as NT e a FNLA, que se agravaram por este tempo de há 42 anos, provocaram várias reuniões, uma delas a 23 de Julho.
«Desanuviado o ambiente, conseguiu realizar-se, a 25 de Julho, a desejada coluna a Salazar, em terceira tentativa», relata o Livro da Unidade, acrescen-
tando que «fez-se o seu regresso a 26, 
Quitexe em 2005 (da net): secretaria e Comando na CCS (à
 esquerda), casa de João Garcia (caiada de branco) e, à di-
reita, a frente da árvore, o que então restava do edifício
do Comando do BCAV. 8423
assim como o do pessoal que tínhamos em Luanda» e que, por não poder passar no Caxito - devido aos violentos combates que ali ocorriam, entre FNLA e MPLA - teve de fazer a volta pelo Dondo, passando pelo Negage, Samba Caju, Salazar (actual N´Dalatando). 
A viagem pela Estrada do Café, de Car-
mona a Luanda, estava impossível. No Caxito, a  50 quilómetros de Luanda, os combates envolviam carros blindados e a vila, ocupada pelo MPLA desde 28 de Maio, «caiu» nas mãos da FNLA
A memória faz recuar aos dias 13 e 21 de Julho imediatamente anteriores, quando a FNLA «impediu» a saída da(s) coluna(s), o que motivou (e obrigou) um posição de força das NT. A 25, a coluna do MVL iria avançar, a que custo fosse. Nada e ninguém a iria impedir.
Daniel Chipenda disse em Carmona, há exac-
tamente 42 anos, que a FNLA ia entrar
 em Luanda e... governar Angola

Chipenda em Carmona 
e combates em Luanda

A luta entre o MPLA e a FNLA continuava em Luanda, nomeadamente em S. Pedro da Narra e nos Bairros da Cuca e do Cazenga.
Daniel Chipenda, então secretário geral adjunto da FNLA, falou ao país, em entrevista ao enviado da AFP e a partir de Carmona, anunciando que o ELNA (o seu exército) «tinha recomeçado a encaminhar-se para Luanda com o intuito não de negociar mas de conquistar o poder».
«As nossas forças marcham para Luanda e esperamos a sua entrada na capi-
tal de Angola nos próximos dias», disse Daniel Chipenda, que era dissidente do MPLA, acrescentando que «apesar de algumas declarações de algumas entidades do Governo de Lisboa, as forças portuguesas não se oporão, realmente, ao avanço das tropas da FNLA» e que «não tememos uma eventual intervenção da aviação portuguesa».
Daniel Chipenda afirmou também que «só muito dificilmente se poderia pensar em novas negociações com o MPLA», pois, explicou, «todos os acordos foram violados» pelo movimento de Agostinho Neto. «Vamos a Luanda não para negociar, mas para dirigir», acrescentou, confirmando que Holden Roberto estava em Angola.
Recusou a intenção de a FNLA se acantonar no norte - no Uíge e Zaire, onde era dominadora -, sublinhando que, isso sim, o objectivo era «instalar-se em Luanda e de manter na capital o seu quartel-general». Muito menos pensava em «proclamar um Estado do Norte», como lhe perguntou o enviado da AFP. 
«Não queremos balcanizar o nosso país. A nossa capital não é Carmona ou S. Salvador, mas, sim, Luanda», disse Daniel Chipenda.
Fazenda Xandragoa, onde o comandante
Almeida e Brito esteve há precisamente
 43 anos, escoltado pelo PELREC

Cavaleiros do Norte
em várias fazendas

Um ano antes, o BCAV. 8423, com comando instalado no Quitexe, celebrou o Dia do Exército, com «cerimónias simples».
O comandante Almeida e Brito, nesse mesmo dia de há 43 anos, visitou várias fazendas da ZA dos Cavaleiros do Norte: Guerra, Xandra-
goa (foto ao lado), Buzinaria e Isabel Maria.
A coluna incluía as autoridades administrativas e eclesiásticas do Quitexe e a escolta foi assegurada pelo PELREC, comandado pelo alferes Garcia. 
A altura era de «garantir a segurança das populações», estando as «acções contra bandos armados que possam ainda ser hostis limitadas a defesa própria e a preservar a vida e os bens dos habitantes pacíficos», como proclamou a Junta Governativa, no entanto frisando que «devendo, nesse caso, serem usadas, se necessárias, as maiores determinação e firmeza».
Manuel Lopes

Lopes de Aldeia Viçosa,
65 anos em Alcanede

O soldado atirador de Cavalaria Lopes, da 2ª. CCAV. 8423, festeja 65 anos a 25 de Julho de 2017. Hoje, precisamente.
Manuel Fernando de Jesus Lopes era Cavaleiro do Norte de Aldeia Viçosa e ao tempo residente (e ainda actualmente morador) na Aldeia de Além, freguesia de Alcanede, no concelho de Santarém. Lá regressou a 10 de Setembro de 1975, depois de cumprir a sua (e nossa) co-
missão militar no Uíge de Angola , entre Aldeia Viçosa e a cidade de Carmona.
Parabéns! E que a data se repita feliz, por muitos e bons anos!


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